Sorrindo de nada e para o nada, lá está a moça sentada no mesmo lugar dos dias anteriores com seu livro na mão. Rasga inesperadamente uma página do livro e põe no bolso de seu casaco. Continua a ler...ler...ler... de repente o vento assopra para perto dela uma flor amarela. Ela não sabe ao certo o que fazer, mas pega a flor, vagarosamente olha, olha minuciosamente, põe no cabelo e continua a ler.
Ela está bela e doce como nunca! Seu olhar penetrante medita em pensamentos os quais não se dá pra saber...mas que parecem concretos e felizes.
O dia parece passar mais lentamente hoje. Seu rosto carrega consigo uma inquietude que antes não existia. Talvez seja isso que a faça mais bela que os outros dias. É certo que ela adoraria saber a hora exata nesse momento, é certo que ela esconde algo, é certo que ela deseja algo...
- Bela flor! (Disse o homem robusto que não havia conseguido dormir na noite anterior por conta da moça sorridente).
Impactada com tal surpresa ela deixa seu livro cair no chão. Tenta juntá-lo e logo deixa cair também sua bolsa que se abre e põe à mostra todos os objetos contidos nela. Ele aproxima-se com intenção de ajudá-la...
Impactada com tal surpresa ela deixa seu livro cair no chão. Tenta juntá-lo e logo deixa cair também sua bolsa que se abre e põe à mostra todos os objetos contidos nela. Ele aproxima-se com intenção de ajudá-la...
- Não precisa, obrigada! Estou bem!
- Não queria assustá-la. Estava caminhando aqui no parque e resolvi passar pra ver se você estava aqui. Mas acho que não foi uma boa idéia. Não quero atrapalhá-la...
- Já disse, estou bem! Está tudo bem! Você não está atrapalhando nada. (rs)
A moça finalmente junta todos os objetos e respira fundo... Olha bem fundo nos olhos do homem e nada diz. E ele corresponde o olhar.
- Você é misteriosa como seu livro. Como chama?
- Chame como quiser. (rs)
- Chame como quiser. (rs)
- Adriana? Marina? Vitória? Izadora?...
- Como quiser. O nome não importa. Independente de nome eu serei sempre esta que você está vendo. (rs)
- Hmm. Sendo assim...gostaria de me chamar por qual nome?
- Prefiro chamá-lo de homem robusto e questionador... (rs)
- Haha. Então menina doce e sorridente... Como chamaria seu livro? Que título daria pra ele?
- Livro! (rs)
- Livro... Me parece um bom título.
- Tenho que ir agora. Você demorou ... (rs)
- Como assim?
- Eu sabia que viria. (rs)
- E como sabia?
- Pelo seu olhar...
- Virei amanhã?
- Certamente. (rs) Tchau!
A moça levanta-se, põe a mão no bolso de seu casaco, tira a página do livro que havia rasgado e guardado, coloca nas mãos do homem e vai embora antes que ele fizesse qualquer pergunta ou dissesse algo.
Ele continua lá... sentado. Lê aquela página como se fosse a única do livro e procura entender o que não é pra ser entendido. Levanta-se e segue seu caminho com uma alma calada e um imensurável deslumbramento.
(continua...)
Nenhum comentário:
Postar um comentário